Sempre que posso dedico parte do tempo das minhas viagens em conhecer vilarejos remotos, acessíveis somente por estradas vicinais pouco movimentadas. Alguns deles oferecendo infraestrutura, como pequenos comércios e pousadas, outros sem qualquer tipo de recurso.
Serra do Espinhaço, no Distrito de Pajeú, em Monte Azul |
Em viagens pelo norte de Minas Gerais, deparei com comunidades que sofrem com a estiagem que se prolonga desde 2011 na região. Rios e córregos secaram, casas foram abandonadas e os moradores que insistem em ficar no seu torrão natal lutam pra sobreviver.
Mesmo neste ambiente inóspito consigo contemplar as belezas naturais da região, tais como montanhas que refletem a luz solar e exibindo um mosaico de cores conforme o astro rei muda sua posição no firmamento.
Ver o prateado da Serra do Espinhaço tornar-se áurico ao entardecer nas margens da MGC 122, na região de Mato Verde, A serra de Monte Azul tornar-se cerúlea, justificando o nome do município.
Na região do rio Gurutuba, Entre os municípios de Gameleiras, Pai Pedro e Jaíba, o ambiente quase desértico revela algumas paisagens peculiares, cercada de mandacarus e alguma vegetação que ainda insiste em verdejar.
Seriema sacia sua sede no tanque de água em fazenda no Povoado de Água Branca |
Estradas de terra recortam o terreno, atravessam leitos secos de rios e circundam vilarejos remotos, como os de Água Branca, Canudos e Jacu. A Calmaria do lugar é quebrada pelo canto de pássaros e pelo estridente som emitido pela Seriema e do territorial Quero-Quero. À noite o firmamento expõe suas miríades de estrelas e meteoritos que, vez por outra, riscam o céu noturno em espetáculo de encher os olhos e aguçar a imaginação do observador celeste.
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