quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cachoeiras - Entre Rios de Minas e Região



No intuito de mapear algumas cachoeiras desde a região metropolitana de Belo Horizonte até a região das vertentes, parti em direção à Entre Rios de Minas para explorar cachoeiras. A longa estiagem diminuiu o volume das águas nas nascentes e riachos, o que implica em menor volume d'água nas cachoeiras.
Em Entre Rios de Minas, a cachoeira dos Faleiros, distante 8 Km do centro da cidade, sofre com a falta de chuvas, que deixou à mostra suas pedras lavradas pelo correr constante do riacho.

Cachoeira dos Faleiros
Caminhando sobre as pedras visualizei uma ruína de uma ponte, provavelmente destruída por alguma enchente ocorrida em tempos remotos. 
Voltei pra estrada vicinal e percorri mais 9 Km até chegar à cachoeira do Gordo. Os últimos 3 Km de estrada estão em mal estado de conservação, o que dificulta um pouco o acesso, porém se seguir com cuidado consegue-se chegar de carro até à cachoeira.
Cachoeira do Gordo - Entre Rios de Minas
O lugar é espaçoso, com área para camping e dois quiosques. Encontrei algumas sacolas de lixo deixados por frequentadores negligentes e o incinerei e enterrei logo em seguida. Com baixo nível da água na cachoeira, percorri entre as pedras e a corredeira turva do riacho até o ponto mais alto e de lá tirei algumas fotos do local. Fiquei imaginando o espetáculo que deve ser na época de chuva, quando o volume de água cobre todo o leito do riacho criando um belo cenário natural. Um grande ipê amarelo saúda os que chegam na cachoeira. Em tempo de florada, seu colorido destaca-se em meio a vegetação nativa. Após permanecer algumas horas no local, parti para o distrito de São Sebastião do Gil, no município vizinho de Desterro de Entre Rios, para explorar a cachoeira do Gil. O caminho, percorrido por asfalto e terra, tem cerca de 30 km, partindo de Entre Rios de Minas. A cachoeira fica próximo ao centro do distrito, cerca de 300 metros e de carro é possível chegar bem perto do paredão de pedra por onde corre as águas do riacho.
Cachoeira do Gil
A cachoeira possui duas quedas, a primeira possui um paredão de aproximadamente 5 metros, seguida de outra bem mais alta,que pode ser vista descendo uns 100 metros pela mata local e passando pelo escoador. um bom local para praticantes de rapel de cachoeira. A região tem muitas outras quedas d'água, corredeiras e cachoeiras espalhadas e pouco exploradas por turistas e que podem ser visitadas (vide Roteiro das cachoeiras). Até a próxima!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Em Furnas, em Fama.

Em Minas Gerais as melhores coisas, que agradam aos olhos, quase sempre estão escondidas aos olhos desatentos dos seres urbanos. Pra quem gosta de simplicidade mas não abre mão da cordialidade e das belezas culturais, históricas e naturais deste Estado, fica admirado ao encontrar lugares que proporcionam o desfrute de belas paisagens, aliadas à boa hospitalidade.
Passeando pelo sul de Minas, cismei em visitar a cidade de Fama, localizada à beira do lago de Furnas, entre as cidades de Alfenas e Paraguaçu.
Sem muitas pretensões, com a intenção de somente tirar algumas fotos, uma vez que não conhecia a cidade, parti Alfenas em direção à Varginha, segui por 8 Km até o trevo de acesso ao município, onde dirigi por mais 11 km até chegar. 
Logo na entrada da cidade, deparei com alguns arcos decorados com arranjos de flores, por sinal muito bem cuidados. A pequena cidade não possui muitos atrativos arquitetônicos, a não ser o casario mais antigo próximo ao parque municipal. O maior atrativo e que encanta os olhos do visitante  é a beleza do lago de furnas e o clima tranquilo da cidade. Foi uma tarde prazeirosa sentado na escadaria da igreja observando o entardecer. Fiquei observando as aves empoleiradas, que fitavam as águas à procura de uma refeição e os banhistas que refrescavam-se do calor do dia. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CAMINHO NOVO

Caminhos da Estrada Real
Em cada caminho, uma história pra contar, uma vida por viver, um constante movimento. Passar por momentos de pura transformação, regados por vistas deslumbrantes deste Estado chamado Minas Gerais.
A região da estrada real nos proporciona momentos de paz, de vivenciar a história, de relaxar. Vários caminhos, várias culturas, vários sabores. Do saboroso pão de queijo, à goiabada com queijo, o café no bule, o leite "ao pé da vaca". O aroma do biscoito assado, ainda quente no tabuleiro que acabou de sair do forno. Pratos típicos como o tropeiro e o tutu, servidos no fogão à lenha, acompanhados de uma deliciosa pururuca ou carne de panela, podem degustados no circuito histórico de Minas.
A paisagem montanhosa favorece o surgimento de cachoeiras, cascatas e corredeiras que seguem as curvilíneas margens de córregos e ribeirões. Algumas escondidas em locais de difícil acesso, outras com acesso e infraestrutura, próximas à estradas vicinais que cortam a região. 
Com tudo isso na mente e de malas prontas com destino a Paraty, partimos, seguindo um roteiro de dois dias, seguindo por asfalto e estradas de terra, o caminho novo. Nas estradas vicinais nos deparamos com Carros de boi, em sua toada rangida, guiada pelo candieiro. Na trilha dos bandeirantes, partimos da região metropolitana de Belo Horizonte, seguindo pela rodovia Fernão Dias até a cidade de Oliveira. Neste ponto, deixamos a BR 381 e seguimos pela BR 494 em direção a Tiradentes,onde conseguimos o passaporte da ER. Partimos pra Prados, Dores de Campos, Barbacena, Ibertioga, Santana do Garambéu, Piedade do Rio Grande, Madre de Deus de Minas, Liberdade, até chegar em Bocaina de Minas, onde pernoitamos. Na manhã seguinte atravessamos a "fronteira" do Estado e chegamos em Resende no Rio de Janeiro. De lá seguimos em direção a Guaratinguetá e Cunha, no estado de São Paulo. Entramos novamente no estado fluminense, descendo a serra em direção a Paraty. 
Praia de São Gonçalinho
No litoral visitamos os distritos de Paraty Mirim e Trindade, passemos nas praias de São Gonçalinho, praia grande, praia do meio e Jabaquara. Na calmaria das praias fizemos boas caminhadas e mergulhos em águas claras e repletas de pequenos peixes. 
Após 3 dias de praias e noites bucólicas na histórica Paraty voltamos pra estrada onde visitamos Ubatuba, e de lá subimos a serra em direção a Minas, passando por São Luís do Paraitinga, Lagoinha, Guaratinguetá, Lorena e Cruzeiro onde atravessamos novamente a fronteira e Voltamos pro Estado natal. 
Estação de Trem - São Lourenço
No caminho da volta, carimbamos os passaportes em Passa Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, São Lourenço, Caxambu e Baependi. Passamos em Cruzília, Minduri e pousamos em Andrelândia. Na manhã seguinte visitamos Bom Jardim de Minas, grata surpresa da viagem, por seus casarios antigos bem preservados. Voltamos pra Andrelândia, assistimos a encenação da paixão de Cristo e fizemos uma parada em São vicente de Minas pra degustação de queijos. Com a intenção de obter mais alguns carimbos no passaporte, seguimos pra São João Del Rei,Lagoa Dourada e Entre Rios de Minas e, quando a noite caiu, voltamos pra casa com 14 carimbos da Estrada Real e muitas lembranças de nossas andanças.

Diário de Bordo - NAS LONJURAS DESTA TERRA

S empre que posso dedico parte do tempo das minhas viagens em conhecer vilarejos remotos, acessíveis somente por estradas vicinais pouco mo...