terça-feira, 23 de junho de 2015

Fragmentos

um carro de boi, uma toada maneira. A vida no mais profundo rincão. entrar no brejo, no córrego pra nadar, andar sem pressa. fazer uma boa fogueira. Campear no pasto, atravessar a pinguela, ver a moenda do moinho e subir no pé de manga que fica lá no chiqueiro. Ver a água correr na bica, correr no terreiro onde seca o café, bater a vagem do feijão e tomar garapa no engenho. Pescar de peneira, armar arapuca, chupar cana caiana, correr da vaca brava. Pescar no açude, rodear no bananal, ver as moças do Bom Jardim na praça da matriz. Atravessar mata-burro, correr pela cava, fazer carrinho de espiga, debulhada no paiol. Gangorrar na porteira, roubar manga do boti, esconder no cupinzeiro, usar bodoque com mamona. Ouvir histórias de terror sob a luz da lamparina e ficar com medo de ir na casinha. Vigiar o forno de lenha que assa o biscoito, rosca e pão de queijo levantar às cinco e meia da manhã pra ir tomar leite na caneca tirado no curral. andar pela estrada de terra sem ter pressa de chegar. Sentar no carro de boi pra passear. Fazer guerra de tomate no fim da plantação. Tomar banho de bacia ou no chuveiro de serpentina, tomar café na beira do fogão a lenha. Pisar no formigueiro, soltar pipa, jogar bola, contar lorotas e rir. Sentar debaixo da árvore de óleo e ver o dia passar. Lembranças boas da infância. 

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