terça-feira, 27 de dezembro de 2016

DIÁRIO DE BORDO - CAÇADORES DA CACHOEIRA PERDIDA

Paisagens de Onça do Pitangui, Minas Gerais
O dia começou assim, sem nada pra fazer. Aquela preguiça típica de quem está de férias e não se preocupa com horários. Do nada surge a ideia de sair pra algum lugar e espantar o tédio. Mas ir pra onde? O jeito foi abrir o Google Maps e criar um, dois, três roteiros de viagem para um dia incomum. A cada trajeto, centenas de quilômetros a percorrer, por caminhos já conhecidos e cidades outrora visitadas. Tomada a decisão por menor quilometragem a percorrer, partimos para o Circuito Verde Trilha dos Bandeirantes, para explorar a cachoeira da Serra dos Ferreira, próxima ao povoado de Capoeira Grande, no município de Onça do Pitangui. Empolgados com a ideia de um belo banho de cachoeira, seguimos por estradas vicinais que nos levaram a muitos lugares, exceto ao pretendido lugar de lazer. Em trechos sinuosos, por vezes íngremes, passamos por outros vilarejos na região do Rio do Peixe, visitamos áreas de mineração entremeio a paradas para colheita de mangas de diversos tipos e fotografias de paisagens e da fauna local. Quanto à cachoeira desistimos de encontrar, depois de seguir por uma trilha em meio à mata, num trecho de difícil acesso e sem nenhuma sinalização, já com o tempo ficando cada vez mais nublado no alto da colina.
Distrito de Capoeira Grande
Depois de muito sobe e desce de serras, seguimos viagem para o Pontal do Rio Pará, em sua confluência com o Rio São João, no município de Conceição do Pará, com intuito de fazer uma visita a um amigo. Lá ouvimos histórias sobre a inconfidência mineira, o caminho dos tropeiros e como eles reuniam as tropas num curral improvisado, com muros de pedras ainda existentes, próximos aos trilhos da antiga ferrovia que passava em direção à estação do Velho do Taipa. O dedo de prosa, regado a café, queijo e geleia de manga perdurou até ao romper da noite, quando o caminho de casa olvidava, sem contudo deixar de cumprido.

Circuito Entre Serras - Caminho do Ouro e Religioso da Estrada Real

Dizem que os objetivos é que nos inspiram a viver, Para outros viver é o objeto que inspira. Mergulhado neste segundo propósito, parte-se em busca de vivenciar as oportunidades que este viver oferece. 
Obcecado por natureza e por Minas Gerais, procurei um roteiro de viagem que envolvesse essas paixões. Com o mapa do tesouro nas mãos coloquei o pé, ou melhor, as rodas no caminho. O referido mapa, conseguido por acaso no centro de informação ao turista de Caeté, indica alguns lugares históricos do circuito entre Serras, que envolve as Serra da Piedade e do Caraça, passando por trechos da Estrada Real e do circuito religioso da ER. Uma iniciativa doa Associação Circuito do Ouro (http://circuitodoouro.tur.br), que tem como premiação um pencard com certificado digital para os aventureiros que completarem o roteiro, colocando os selos entregues nos locais visitados. 
Pôr do sol em Catas Altas
A maior parte do roteiro é feita por estrada de terra, o que torna a viagem especial para quem curte o modelo off road. Passar por vilarejos como Cocais, água limpa e Brumal, visitar cachoeiras, igrejas e monumentos históricos da região do Caraça e terminar a viagem na bucólica Catas Altas contemplando o pôr do sol, sentado na praça da Matriz, é uma sensação de regozijo que somente aqueles que tem alma libertária podem desfrutar.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Diário de Bordo - De Curvelo a Turmalina

Foi num dia destes qualquer, daqueles em que se junta as malas e sai por aí pra vivenciar outras paragens, que partimos rumo ao norte de Minas Gerais, passando pelo Vale do Jequitinhonha.

O destino, seguindo as vias normais, estava a 698 Km, contudo fizemos um desvio de 300 Km em nosso trajeto pra conhecer algumas cidades do vale encantado. Seguimos até Curvelo onde visitamos a basílica de São Geraldo, a Matriz de Santo Antônio e a antiga estação ferroviária. A parada do café foi na banquinha da esquina que servia pão de queijo, biscoito frito ou o combo pão de queijo com linguiça. 
De lá seguimos para Corinto, onde adentramos na LMG que segue em direção a Santo Hipólito, Monjolos e os distritos de Rodeador e Conselheiro Mata, já no Circuitos da ER e Serra do Cabral. Até Monjolos o asfalto cobre a estrada, depois o caminho segue por terra para a alegria dos amantes do off road. É um sobe serra, desce serra, entrecortada ora por mata, ora por pedras, em meio a vislumbrante paisagem da região. O próximo ponto de visita era o Distrito de Conselheiro Mata e suas cachoeiras, contudo o tempo chuvoso não convidava a um dia de aventura e seguimos rumo a Diamantina. 
Na terra de JK e Chica da Silva, o sol apareceu entre as nuvens e nos encorajou a visitar o Parque Estadual do Biribiri  onde paramos para admirar a cachoeira da Sentinela e a cachoeira dos cristais, cujas águas esculpem as formações rochosas da região. Após visitar a antiga fábrica de tecidos e o os casarões preservados no antigo vilarejo, seguimos em direção a Couto Magalhães de Minas e seus artesanatos. De lá até Turmalina a paisagem montanhosa enche os olhos e o Jequitinhonha sulca a terra criando o seu vale. Ao findar do dia estávamos no coração do vale encantado, lugar que inspira canções, poesias e arte rodeada pela hospitalidade do povo do "vau". 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Causos - Assombração no caminho dos diamantes

Há coisas que são difíceis de acreditar. Histórias contadas na infância por nossos avôs, que envolviam almas penadas, fantasmas e assombrações e nos enchiam de arrepios e medo de dormir sozinho. Todavia desta feita a coisa aconteceu comigo e minha esposa, enquanto percorríamos o Caminho dos Diamantes, na Estrada Real. 
Serra da Tapera
Depois de um dia inteiro de viagem, após sair de Itambé do Mato Dentro, passar Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro, onde visitamos os distritos de Córregos, Tapera, Dom Joaquim e Itapanhoacanga e seguimos em direção a Serro passando por Alvorada de Minas. Uma viagem feita em sua maioria por estrada de terra, seguindo o caminho dos diamantes, em direção à Diamantina. Um trajeto por paisagens vislumbrantes, entremeada de aventura, como na subida da serra de Santo Antônio do Norte até Dom Joaquim e a parada pra saborear um delicioso pão de queijo com café no Rancho Serrano em Serro.
Da cidade do queijo do serro seguimos em direção à terra de Dona Chica e JK, passando pelos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. No lusco-fusco adentramos na "estrada assombrada" e seguíamos conversando sobre o cotidiano quando minha esposa viu uma luz ao longe e disse que um veículo se aproximava.
Igreja no Distrito de Vau
Contudo continuamos a viagem e o tal veículo não aparecia e ao aproximarmos de uma curva a misteriosa luz atravessou o nosso caminho e seguiu pela mata. Fiquei calado, como se nada tivesse ocorrido e o mesmo fez minha companheira de viagem. Um pouco mais à frente, próximo ao Distrito do Vau, outra figura fantasmagórica, vestida de um sobretudo e um chapéu preto pairava à beira do caminho e quando percebeu a aproximação do veículo, envolveu seu rosto na capa em sua vestimenta e desapareceu na escuridão que fazia naquele momento. Achei que este "fantasma" só eu tinha visto e meio cético, não contei pra minha esposa o acontecido, por achar que estava vendo "coisas" devido ao cansaço da viagem. Porém mais tarde, já na segurança do asfalto, longe do local das aparições, o assunto da segunda aparição surge, com o relato contado por minha mulher, que também viu o tal vulto. 

DIA DE FEIRA NO VALE


Feira livre de Turmalina

Domingo é dia de feira livre no Vale Encantado. Pessoas e coisas se misturam num aranzel e o aroma das especiarias enche o ambiente. No pequeno vão da feira são expostos frutos, farinhas, doces, animais, cachaças e grãos, negociados por pequenos produtores da região de onde retiram seu sustento.
O artesanato do vale também está presente em vasos de barro, miniaturas de pessoas, bichos e construções, enfileirados nas prateleiras, aguardando a visita de um turista ávido por souvenirs.

Arte na cerâmica
Na cidade de Turmalina, Maria da Ana, Orlinda e outras figuras disputam a atenção dos compradores oferecendo seus produtos, contando a origem das cerâmicas e a vida difícil que levam no sertão do Jequitinhonha.  
Entre os expositores está o produtor José Arlindo com sua banca de farinha de mandioca, polvilho e outros produtos oriundos de sua propriedade. Homem simples e muito falante, atrai a simpatia dos visitantes com seu modo de abordagem descontraído e cordial. Em meio a negociação de seus produtos, começa a relatar sua vida no campo e as agruras sofridas por causa de uma disputa de terreno na capital, na qual labuta a quase 20 anos. Pra ele, o "Val" é seu sossego, de onde não tem intenção de sair e que a propriedade em Belo Horizonte é a herança dos filhos.
Ao fim da visita ao mercado municipal, caixas com artesanato e sacolas com especiarias são levadas, junto às lembranças que ficam deste dia de feira.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

CAUSOS DO SERTÃO MINEIRO

Dizem que lá pras bandas do norte, na barra do Pacuí, quando o Gorutuba encharcava a terra a caminho do São Francisco, o vale virava pântano,repleto de peixes, aves e até jacarés. Isto no tempo dos antigos, quando ainda havia força nas nuvens pra trazer chuva no sertão mineiro. Seu Quelé, homem da terra, descendente dos quilombolas remanescentes do vale do Gorutuba é quem conta as histórias, sentado em seu velho carro de boi, parado debaixo do umbuzeiro.
Seu Quelé contando histórias do Pacuí.
Hoje em dia é raridade de acontecer, por causa das barragens pra conter o rio lá em Janaúba, Pai Pedro e Gameleiras. O Pacuí já não corre livre no seu leito em busca do Gorutuba. Pontes que antes viam o passar de suas águas, atravessam somente um corredor de areia e pó. As aves migratórias ainda fazem pouso no vale, mas o jacaré já não existe mais.



"Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso..." (JOÃO GUIMARÃES ROSA, Grande Sertão: Veredas p.28)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cachoeiras - Entre Rios de Minas e Região



No intuito de mapear algumas cachoeiras desde a região metropolitana de Belo Horizonte até a região das vertentes, parti em direção à Entre Rios de Minas para explorar cachoeiras. A longa estiagem diminuiu o volume das águas nas nascentes e riachos, o que implica em menor volume d'água nas cachoeiras.
Em Entre Rios de Minas, a cachoeira dos Faleiros, distante 8 Km do centro da cidade, sofre com a falta de chuvas, que deixou à mostra suas pedras lavradas pelo correr constante do riacho.

Cachoeira dos Faleiros
Caminhando sobre as pedras visualizei uma ruína de uma ponte, provavelmente destruída por alguma enchente ocorrida em tempos remotos. 
Voltei pra estrada vicinal e percorri mais 9 Km até chegar à cachoeira do Gordo. Os últimos 3 Km de estrada estão em mal estado de conservação, o que dificulta um pouco o acesso, porém se seguir com cuidado consegue-se chegar de carro até à cachoeira.
Cachoeira do Gordo - Entre Rios de Minas
O lugar é espaçoso, com área para camping e dois quiosques. Encontrei algumas sacolas de lixo deixados por frequentadores negligentes e o incinerei e enterrei logo em seguida. Com baixo nível da água na cachoeira, percorri entre as pedras e a corredeira turva do riacho até o ponto mais alto e de lá tirei algumas fotos do local. Fiquei imaginando o espetáculo que deve ser na época de chuva, quando o volume de água cobre todo o leito do riacho criando um belo cenário natural. Um grande ipê amarelo saúda os que chegam na cachoeira. Em tempo de florada, seu colorido destaca-se em meio a vegetação nativa. Após permanecer algumas horas no local, parti para o distrito de São Sebastião do Gil, no município vizinho de Desterro de Entre Rios, para explorar a cachoeira do Gil. O caminho, percorrido por asfalto e terra, tem cerca de 30 km, partindo de Entre Rios de Minas. A cachoeira fica próximo ao centro do distrito, cerca de 300 metros e de carro é possível chegar bem perto do paredão de pedra por onde corre as águas do riacho.
Cachoeira do Gil
A cachoeira possui duas quedas, a primeira possui um paredão de aproximadamente 5 metros, seguida de outra bem mais alta,que pode ser vista descendo uns 100 metros pela mata local e passando pelo escoador. um bom local para praticantes de rapel de cachoeira. A região tem muitas outras quedas d'água, corredeiras e cachoeiras espalhadas e pouco exploradas por turistas e que podem ser visitadas (vide Roteiro das cachoeiras). Até a próxima!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Em Furnas, em Fama.

Em Minas Gerais as melhores coisas, que agradam aos olhos, quase sempre estão escondidas aos olhos desatentos dos seres urbanos. Pra quem gosta de simplicidade mas não abre mão da cordialidade e das belezas culturais, históricas e naturais deste Estado, fica admirado ao encontrar lugares que proporcionam o desfrute de belas paisagens, aliadas à boa hospitalidade.
Passeando pelo sul de Minas, cismei em visitar a cidade de Fama, localizada à beira do lago de Furnas, entre as cidades de Alfenas e Paraguaçu.
Sem muitas pretensões, com a intenção de somente tirar algumas fotos, uma vez que não conhecia a cidade, parti Alfenas em direção à Varginha, segui por 8 Km até o trevo de acesso ao município, onde dirigi por mais 11 km até chegar. 
Logo na entrada da cidade, deparei com alguns arcos decorados com arranjos de flores, por sinal muito bem cuidados. A pequena cidade não possui muitos atrativos arquitetônicos, a não ser o casario mais antigo próximo ao parque municipal. O maior atrativo e que encanta os olhos do visitante  é a beleza do lago de furnas e o clima tranquilo da cidade. Foi uma tarde prazeirosa sentado na escadaria da igreja observando o entardecer. Fiquei observando as aves empoleiradas, que fitavam as águas à procura de uma refeição e os banhistas que refrescavam-se do calor do dia. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

CAMINHO NOVO

Caminhos da Estrada Real
Em cada caminho, uma história pra contar, uma vida por viver, um constante movimento. Passar por momentos de pura transformação, regados por vistas deslumbrantes deste Estado chamado Minas Gerais.
A região da estrada real nos proporciona momentos de paz, de vivenciar a história, de relaxar. Vários caminhos, várias culturas, vários sabores. Do saboroso pão de queijo, à goiabada com queijo, o café no bule, o leite "ao pé da vaca". O aroma do biscoito assado, ainda quente no tabuleiro que acabou de sair do forno. Pratos típicos como o tropeiro e o tutu, servidos no fogão à lenha, acompanhados de uma deliciosa pururuca ou carne de panela, podem degustados no circuito histórico de Minas.
A paisagem montanhosa favorece o surgimento de cachoeiras, cascatas e corredeiras que seguem as curvilíneas margens de córregos e ribeirões. Algumas escondidas em locais de difícil acesso, outras com acesso e infraestrutura, próximas à estradas vicinais que cortam a região. 
Com tudo isso na mente e de malas prontas com destino a Paraty, partimos, seguindo um roteiro de dois dias, seguindo por asfalto e estradas de terra, o caminho novo. Nas estradas vicinais nos deparamos com Carros de boi, em sua toada rangida, guiada pelo candieiro. Na trilha dos bandeirantes, partimos da região metropolitana de Belo Horizonte, seguindo pela rodovia Fernão Dias até a cidade de Oliveira. Neste ponto, deixamos a BR 381 e seguimos pela BR 494 em direção a Tiradentes,onde conseguimos o passaporte da ER. Partimos pra Prados, Dores de Campos, Barbacena, Ibertioga, Santana do Garambéu, Piedade do Rio Grande, Madre de Deus de Minas, Liberdade, até chegar em Bocaina de Minas, onde pernoitamos. Na manhã seguinte atravessamos a "fronteira" do Estado e chegamos em Resende no Rio de Janeiro. De lá seguimos em direção a Guaratinguetá e Cunha, no estado de São Paulo. Entramos novamente no estado fluminense, descendo a serra em direção a Paraty. 
Praia de São Gonçalinho
No litoral visitamos os distritos de Paraty Mirim e Trindade, passemos nas praias de São Gonçalinho, praia grande, praia do meio e Jabaquara. Na calmaria das praias fizemos boas caminhadas e mergulhos em águas claras e repletas de pequenos peixes. 
Após 3 dias de praias e noites bucólicas na histórica Paraty voltamos pra estrada onde visitamos Ubatuba, e de lá subimos a serra em direção a Minas, passando por São Luís do Paraitinga, Lagoinha, Guaratinguetá, Lorena e Cruzeiro onde atravessamos novamente a fronteira e Voltamos pro Estado natal. 
Estação de Trem - São Lourenço
No caminho da volta, carimbamos os passaportes em Passa Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, São Lourenço, Caxambu e Baependi. Passamos em Cruzília, Minduri e pousamos em Andrelândia. Na manhã seguinte visitamos Bom Jardim de Minas, grata surpresa da viagem, por seus casarios antigos bem preservados. Voltamos pra Andrelândia, assistimos a encenação da paixão de Cristo e fizemos uma parada em São vicente de Minas pra degustação de queijos. Com a intenção de obter mais alguns carimbos no passaporte, seguimos pra São João Del Rei,Lagoa Dourada e Entre Rios de Minas e, quando a noite caiu, voltamos pra casa com 14 carimbos da Estrada Real e muitas lembranças de nossas andanças.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Roteiros da ER

Quando decidimos o que fazer nas férias, pensamos em várias possibilidades de viagens. Montanhas, cachoeiras, praias, algum lugar mais afastado das grandes cidades, a fim de procurar o merecido descanso.
Feitas as malas, partimos rumo à aventura. Optamos por conhecer o trecho final da região da Estrada Real, mais precisamente o caminho velho, em direção à Paraty no estado do Rio de Janeiro.
Começamos pela histórica Tiradentes, onde pegamos nosso passaporte da ER. Em nosso trajeto até o litoral passamos por Vilarejos, povoados, estradas vicinais e BR's. Depois de tomar um café com pão de queijo, fomos à cachoeira do marco zero, em Santa Cruz de Minas e depois seguimos para o distrito de Bichinho, onde seguimos a ER até Prados. O caminho de terra nos vislumbra com paisagens fantásticas e alguns casarões seculares.
de Prados tomamos rumo a Dores de Campos, distante 8km, com a intenção de passar em Barroso e depois seguir para Barbacena onde visitaríamos o museu da loucura. Infelizmente ao chegarmos lá descobrimos que ele estava fechado para reformas. Partimos em direção a nossa primeira pousada, na cidade de Bocaina de Minas. Passamos por Ibertioga, demos carona a um policial militar até Santana do Garambéu, voltamos até Piedade do Rio Grande e já à noite, paramos em Madre de Deus de Minas para fotografar, o que também fizemos em São Vicente de Minas e Liberdade, para finalmente chegar na Pousada Caminho de Minas, em Bocaina. Até aí já haviam sido rodados 571 Km, numa jornada de 10 horas e dezenas de locais fotografados.

MAPA FOTOGRÁFICO

segunda-feira, 28 de março de 2016

No caminho cachoeiras...muitas cachoeiras...





Sempre que o pó do asfalto cobre os poros, procuro um local para lavar a alma e repor minhas energias. Dentre os muitos caminhos que trilhei, sempre há um que me faz voltar, como se fosse meu cantinho dileto, sempre pronto a me acolher. Sinto-me em casa, fazendo um roteiro cercado de belas paisagens, riachos, pássaros e estradas de chão batido, localizado na região das vertentes, entre os municípios de Carmópolis de Minas, Oliveira e Passa Tempo, no centro-oeste mineiro.

Cercada de mistérios e histórias fantásticas, esta área está repleta de cachoeiras, algumas de fácil acesso, outras que exigem do caminhante um pouco de esforço para encontrá-las.
O roteiro começa pela cachoeira da velha usina em Passa tempo, situada na estrada que liga o município ao Distrito de Jacarandira. Esta cachoeira fica do lado esquerdo da estrada, no sentido da sede do município ao distrito de Tombadouro

Continuando o trajeto em direção ao Distrito de Morro do Ferro, no município vizinho de Oliveira,encontramos outras duas cachoeiras já próximo à divisa. A primeira na velha usina de energia elétrica, corre entre pedras e encontra com as águas da segunda, que no tempo das chuvas pode ser vista da estrada. Esta vem sofrendo com a ação contínua de atividades de mineração na região, e corre o risco de desaparecer. 

No povoado do tombadouro, encontra-se outra cachoeira acessível. Suas águas correm abaixo da estrada vicinal. Uma parede rochosa revela um passado avassalador de um ribeirão, que com o passar do tempo tornou-se um córrego, porém quando recebe um bom volume de chuva, mostra sua força natural.
Dentro deste emaranhado de serras, podemos contemplar belas paisagens e as marcas do passado em muros de pedra dos tempos coloniais.

Localizada no circuito turístico das vertentes, faz parte também da região da Estrada real. Para o amantes das trilhas, por suas estradas pode-se chegar na Histórica São João Del Rei sem precisar ir por asfalto. É um bom roteiro pra quem já se cansou dos mesmos caminhos, numa região de clima agradável e farta cultura, festas típicas e a deliciosa culinária mineira.





domingo, 28 de fevereiro de 2016

Um dia de história

Viver a história é fascinante. 
Sentado à beira da janela, vendo as esculturas no jardim da casa dos bandeiristas, imaginei como seria a vida daqueles que ali moravam ou pousavam entre uma jornada e outra. A mata do entorno repleta de animais silvestres, alguns de impor medo, enche o ambiente com sons de aves e da água que corre no bosque próximo. 
Tentei imaginar algumas cenas cotidianas dos bandeirantes que desbravaram aquela paisagem em busca de ouro e de um caminho para o litoral. Na rusticidade da época, chegavam em lombos de burros e cavalos, envoltos em capas de couro e chapéus de aba larga. A criadagem cuidava de receber os visitantes exauridos pela jornada do dia enquanto outros acolhiam os animais e lhes afrouxavam as cargas. Já dentro da casa, trocavam conversas sobre a viagem, o tempo e o cotidiano no local. 
Imaginar estes cenários trouxeram uma sensação de nostalgia, como se tivesse vivido neste período da história, em que as noites eram iluminadas por estrelas e luz de candeeiro.
E foi assim que vivi um dia de história, ao pé do Pico do Itacolomi, em Ouro Preto, Minas Gerais.

Lugares de Minas: Relatos do Santuário do Caraça - Padre Sarneel

Lugares de Minas: Relatos do Santuário do Caraça - Padre Sarneel: A Capelinha na voz e no coração do Padre Sarneel “Na chamada serra do Felizardo e a uma altura de duzentos metros do Colégio, uma simple...

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